Como a produtividade está atrelada a felicidade e ao comprometimento dos empregados com a companhia?
Juliana Pereira França – A produtividade está diretamente ligada à felicidade e vice-versa. No momento em que a gente percebe que quanto mais nós entregamos e o quanto nossa entrega é saudável para a organização, e há reconhecimento recíproco dessa relação, se estabelece um ciclo muito produtivo. Profissionais que conseguem estabelecer essa relação de ganha- ganha e são reconhecidos por isso, são
profissionais dotados de um diferencial de mercado, não só dentro da Mondelez, mas também fora, abrindo assim perspectivas de carreira onde estiverem.
Perda zero e engajamento de 100% do empregado é uma utopia ou é algo possível de ser alcançado?
Juliana Pereira França – Certamente essa é uma condição realmente muito rara de ser alcançada, mas sim, em alguns momentos ela é possível de acontecer. Talvez não por um longo período de tempo. Mas durante alguns meses, alguns trimestres, é possível sim! E a busca incansável pela perfeição é motivadora. Isso ajuda muito a comprometer as pessoas a buscar, a olhar oportunidades de maneira a gerar
aprendizados e sempre estar evoluindo. Uma meta audaciosa como essa contribui com as pessoas a estarem no seu melhor e a organização também a obter a almejada alta performance.
Em 2021, a Mondelez alcançou 91% de engajamento, enquanto a média de mercado é 80%. E a que você atribui esse resultado? Pessoas certas, nos lugares certos, no tempo certo?
Juliana Pereira França – Sim, em 2021, obtivemos 91% de engajamento do time e nesse ano crescemos um ponto, fomos para 92% em 2022. Comparado ao mercado esse é uma métrica considerável. Estudos apontam que uma empresa que tenha 80% de engajamento já é classificada como um bom resultado e é vista como benchmarking. Imagine 92% de engajamento. Esse resultado é a soma de diversos fatores: de clima interno, de remuneração e benefícios, do quanto as pessoas se sentem pertencendo à Mondelez, o quanto elas indicam a empresa para familiares, para amigos, o quanto de orgulho elas têm das marcas.
Também passa por fatores de desenvolvimento, o quanto elas se sentem crescendo dentro da organização, têm autonomia, participam da tomada de decisões. E, claro, pessoas certas, nos lugares certos, fazem a diferença. É toda essa série de fatores que nos habilitam a ser realmente uma empresa que está acima do mercado em termos de engajamento.
Como vocês contro gestor e desse time. lam as métricas de RH, para entender que o engajamento e os diversos outros indicadores de pessoas estão sendo obtidos? Estamos falando em pesquisa de clima?
Juliana Pereira França – Existem várias métricas de Recursos Humanos, mas a pesquisa ainda é uma das mais utilizadas. Escolhemos as perguntas-chave a serem feitas, assim podemos ir medindo cada resultado. Nos fatores em que precisamos melhorar, traçamos sempre um plano de ação e vamos medindo os avanços. Temos uma pesquisa anual e pesquisas pulse realizadas, em média, a cada três meses, justamente com algumas das questões que mais geraram dores na pesquisa anual. É uma pesquisa mais simples, normalmente de três a cinco perguntas, que serve para que possamos entender e medir os avanços e nossas principais oportunidades. Os gestores têm papel fundamental nisso tudo, porque a eles compete a iniciativa de traçar planos de ação para, junto com suas equipes, atuar nos pontos de melhoria.
Então a pesquisa gera planos de ação?
Juliana Pereira França – Sim, nós executamos sempre um plano, não só relacionado à comunicação, mas de ações bastante claras, antes e depois da pesquisa. E cada vez mais a gente tem envolvido os líderes nisso, para que eles sejam realmente os principais responsáveis pelo engajamento de seus times. Até porque sabemos que cada time tem uma necessidade específica e quando a gente olha, a empresa como um todo, essa é uma visão mais abrangente, mais geral. O líder vai atuar no seu microuniverso, o que é bastante eficaz.
O que é um mapa de calor, quando nos referimos às pesquisas?
Juliana Pereira França – O mapa de calor refere-se exatamente a quais são as áreas em que os pontos de oportunidade são mais críticos e quais são os gestores dessas áreas. Assim, a gente consegue agir
com mais precisão onde está a maior dor, em qual área, em qual gestor e contribui, inclusive, para o desenvolvimento desse. Como vocês contro gestor e desse time.
E, por último, você tem um projeto, chamado Leões e Leoas da produtividade? De que se trata?
Juliana Pereira França – Esse é um programa que trabalhamos para encontrar oportunidades de redução de custos e aumento da produtividade. Isso, em uma planta é muito importante, para que seja possível assim investir em outras coisas: em pessoas, em treinamentos, etc. A gente chama de Leões e Leoas da produtividade justamente para gerar esse engajamento e mostrar que isso é realmente muito importante para a planta. Não é simplesmente cortar o custo pela raiz, mas sim encontrar oportunidades que se tornam claras para as pessoas e se transformam em benefícios ainda melhores para todos.
“Estudos apontam que uma empresa que tenha 80% de engajamento já é vista como benchmarking. Imagine 92% de engajamento. Esse foi nosso resultado em 2022. Fruto de uma série de ações da companhia e percepções dos nossos empregados. Ninguém chega a esse resultado baseado em uma única diretriz. É um conjunto de iniciativas que garante esse engajamento”.
Juliana Pereira França é head de Recursos Humanos da Mondelez, em Curitiba.
Formada em Administração, com especialização em Gestão de Pessoas e Inovação, e formação também na SBDG, desde 2002 Juliana atua no segmento alimentício. Ingressou na Kraft Foods como estagiária, atual Mondelez International e foi se transformando internamente, mas sempre atuando no RH. Hoje Juliana é head de RH para toda a planta de Curitiba e em outubro recepcionou o Diretivo RH para apresentar a unidade e falar de um dos temas em que a Mondelez é campeâ: o engajamento interno. Para ampliar um pouco mais o assunto, estendemos nosso bate-papo nessa entrevista. Em outubro a Mondelēz Internacional completou dez anos de mercado reforçando o seu posicionamento rumo a liderança global na produção de snacks, com foco no segmento de chocolates e biscoitos.
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Conteúdo por: Angela Wanke